segunda-feira, 20 de julho de 2009

O RAIO VERDE

Foto Geocities
O raio verde é um raro fenômeno meteorológico que se dá ao nascer ou ao pôr-do-sol, em condições especiais de tempo. Pode ser observado numa praia ou no alto de uma montanha, mas é mais freqüente no mar e só pode ser visto se o horizonte estiver absolutamente visível, isto é, sem qualquer neblina. Com determinados valores de temperatura e umidade relativa há boas probabilidades de aparecer. Quando o sol, lua, ou mesmo um planeta está próximo do horizonte, no momento de desaparecer (ou aparecer), os raios luminosos apresentam-se de tal maneira que no ocaso os raios vermelhos, alaranjados e amarelos desaparecem antes do verde, azul e violeta. É num momento fugaz, numa pequena fração de tempo, quando a orla superior do disco toca no horizonte, que se dá o raio verde. Admite-se que este fenômeno se deva à refração atmosférica e à dispersão prismática do espectro luminoso da luz solar. As observações parecem confirmar a teoria que atribui a este fenômeno uma forte refração, uma vez que a sua ocorrência se verifica quando o poder de refringência da atmosfera é elevado na superfície do Globo.
O raio verde foi popularizado pelo romance de Júlio Verne,
Le Rayon Vert, publicado em 1882.
O navegador Almir Klink, relata no seu livro "PARATI entre dois Pólos" este fenômeno. Um acontecimento único e muito particular para qualquer navegador:
"Desde criança eu sempre carreguei um desejo meio difícil de realizar, sobretudo no Brasil que tem a costa voltada para o nascente. Sempre que era possível, eu perseguia o pôr-do-sol no mar. Atento, até a bola de luz amarelo avermelhada ir se fundindo no horizonte, à procura de fenômeno muito raro, que quase todos os povos navegadores do passado já mencionaram: o "green flash" ou "rayon vert". Um raio, ou explosão de luz que acontece em condições muito especiais, no exato instante em que a última lasca do sol desaparece no horizonte.Com um rápido curativo na ponta do dedo, calcei com cuidado um tênis e corri para o enorme arco que havia atrás do Parati, onde ficava a antena do radar e um pequeno posto que usava para observar o mar ou fazer astronomia encaixado no alto. Cumpria o mesmo ritual de sempre, meio sem esperança de um dia ver qualquer coisa - "dezenove horas, cinqüenta e cinco minutos e trinta segundos... quarenta segundos... cinqüenta... lá se vai o sol... arde...". E escapou um grito de súbito: "Eu vi! Eu vi! Eu vi! Miserável, eu vi!" Tanto tempo e, enfim, eu vi o raio verde. Uma fração de segundo que valeu toda a viagem."

Um comentário:

tony alano disse...

Tem tb o filme do Eric Rohmer - Le Rayon Vert - é uma maravilha. Tive a sorte de ver esse fenômeno em terra, da janela de um tem que percorria uma larga planície na França. Foi impressionante o sentimento, consegui até tirar uma foto