quinta-feira, 21 de julho de 2011

ENTRA O NAVIO, SAI O PESCADOR...

Foto Divulgação

Pescadores de Itapoá protestam por não poder trabalhar na baía Babitonga

Cerca de 70 pessoas foram às ruas pedir indenização
Uma atividade tão comum na história de Itapoá e toda a região Norte – a pesca artesanal – está ameaçada, principalmente na região do Pontal e da Figueira, na baía da Babitonga, perto de onde está instalado o porto da cidade. Famílias que vivem da pesca estão impedidas pela Marinha de pescar na baía por causa da entrada e saída dos navios. Por causa desta determinação, 68 pessoas foram às ruas, na quarta, para protestar.
A passeata durou quase três horas e foi da rua Beira-mar 5 até o porto. Com faixas e cartazes, os pescadores pediam indenização. “Há anos eles vivem disto. Precisam de uma compensação”, disse o vereador José Maria Caldeira (PMDB), um dos líderes do grupo e do protesto.
Segundo o vereador, algumas famílias passam dificuldades e, para evitar que faltem alimentos em casa, contam com a ajuda de outras famílias.
A situação apresentada por Caldeira é negada pelo prefeito Ervino Sperandio. Ele afirma desconhecer as dificuldades financeiras pelas quais os pescadores estão passando.

— Qualquer coisa que esteja faltando, tem emprego na cidade, que está com carência de mão de obra, principalmente na construção civil —, diz o prefeito.

Sperandio explica que a pesca é uma atividade em decadência e que a busca de empregos formais solucionaria um problema futuro.
— Nós estamos solicitando ao porto que dê preferência à geração de emprego para estas pessoas. Mas muitos deles ainda não têm qualificação —, afirma.
A contraproposta apresentada na quarta pelo porto é oferecer treinamento para os pescadores em funções de empresas prestadoras de serviço. E cada participante ganharia uma bolsa.
Enquanto os pescadores pedem uma indenização para comprar novos barcos e poder pescar em alto mar, o porto entende que a solicitação não tem justificativa porque a decisão é da Diretoria de Portos e Costas (DPC) de São Francisco do Sul.
A briga está na Justiça desde 2007, mas até agora sem nenhum resultado.

Cada pescador pede R$ 30 mil para comprar barcos novos, já que os usados atualmente não podem navegar em alto-mar e enfrentar ondas.
Segundo a direção do porto, o pedido apresentava 170 pescadores e o valor das indenizações ficaria em R$ 5 milhões. Em levantamento feito pelo próprio terminal, foram localizados e cadastrados 40 trabalhadores da pesca.
(Do jornal A NOTÍCIA)

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