quarta-feira, 19 de março de 2014

PESCA DA TAINHA

 
Foto Fernando Alexandre
 Indústria discorda de estudos para aumentar restrições à pesca da tainha no litoral Sul do Brasil

Armadores de Itajaí argumentam que setor é penalizado desde 208, quando legislação reduziu o número de barcos licenciados para safra

FLORIANÓPOLIS 

A proposta de mudança na legislação, com novas restrições à captura da tainha em mar aberto a partir da safra de 2015, não é compartilhada pelo Sindipi (Sindicato dos Armadores e da Indústria Pesqueira de Itajaí). Criação de cotas por embarcação licenciada, aumento das zonas de exclusão nos corredores migratórios, redução da frota e ampliação do período de defeso são algumas das medidas em estudos pelo GTT (Grupo Técnico da Tainha), formado por representantes dos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, pescadores artesanais e industriais e cientistas da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).


De acordo com o assessor técnico do sindicato, o oceanógrafo Roberto Wahrlich, “o setor industrial é penalizado desde 2008”. Ele se refere à Portaria interministerial 171, baixada naquele ano pelos ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, que reduziu pela metade o número de barcos licenciados anualmente para a tainha (60), criou zonas de exclusão dentro de cinco milhas marinhas no litoral catarinense e dez milhas no Rio Grande do Sul e retardou o início da safra, de abril para 15 de maio.


A tainha, segundo Wahrlich, é a principal alternativa à indústria pesqueira durante a entressafra da sardinha, de 15 de junho a 31 de julho. Outra opção para não deixar parada a metade da frota de traineiras é a antecipação da pesca da anchova.

“É o governo quem decide quem vai ou não pescar. E não se pesca mais porque o número de licenças foi reduzido à metade”, argumenta o oceanógrafo. Warhlich não acredita em esgotamento dos estoques nos estuários do litoral Sul, como indicam pesquisas da FURG (Fundação Universitária do Rio Grande) na Lagoa dos Patos. Em 2013, a indústria catarinense capturou 1.500 toneladas de tainhas, em média 50% a menos do capturado antes de 2008.


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