domingo, 31 de julho de 2016

EPITÁFIO

ACORDAR...


Acordar, único susto,
e ver a chuva sobre o pântano
a primeira chuva do ano
dunas resistindo a todo custo.

Eliminar todo pensamento
De dor. Ficar um momento
Isopor, em silêncio, meditando
sobre as qualidades do branco.

Minha alma, mesmo fora
dessa chuva, se curva
às qualidades do agora;
Está lavada por dentro.


(Rodrigo Garcia Lopes)
Poema de "Visibilia" (2007)

LÁ NO FUNDO...

Foto de Marcos Oliveira em Recife - PE
O MAIS BRASILEIRO DOS PEIXES
Na semana da pátria, um peixe que estampa as cores da nossa bandeira. Conhecido como peixe anjo, o Holacanthus ciliaris é sem dúvida um dos mais belos peixes marinhos.

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sábado, 30 de julho de 2016

MAR DO GUILHERME DIAS

Guilherme Dias

DOS MARES

A expedição foi uma “jóia”

Oceanos, maior problema é ignorância

Publicado por João Lara Mesquita 

Sylvia Earle diz em artigo que mulheres podem contribuir para acabar como maior problema dos oceanos: a ignorância

O delicioso texto de Sylvia foi publicado em Maio, no prestigioso UN Foundation Blog, o blog da ONU, com o título: Women are needed to help solve the Ocean’s biggest problem: ignorance

Sylvia conta que, em 1964, ainda como estudante graduada da Duke University, recebeu um convite para um cruzeiro exploratório a bordo do navio de pesquisas Anton Bruun, um colosso à época. O convite era para um cruzeiro de seis semanas, explorando o oceano Índico. Ganhamos todos. A cientista se apaixonou. De acordo com ela, “desde então minha vida mudou pra sempre”; e nós ganhamos uma cientista dedicada à explicar para governos, agências, escolas, universidades, todos enfim, a importância, e o estado crítico de saúde, do maior ecossistema do planeta: os oceanos.

No artigo Sylvia Earle cita os problemas iniciais, quando os cientistas tinham que explorar as profundezas como uma simples linha com anzol. Posteriormente, tiveram acesso à equipamentos de mergulho…
Tivemos equipamento de mergulho que tornou possível mergulhar e documentar a vida marinha que ninguém nunca tinha visto antes em ambientes não perturbados.
Navegando pelo mundo à procura de conhecimento

Sylvia passou um bocado de tempo embarcada, única maneira de conhecer os problemas do mar. Felizmente, nossa cientista é a antítese do cadavérico Ibama, autarquia que tem o desplante de cuidar de nossa biodiversidade marinha e terrestre, com apenas três barcos para fiscalizar toda a costa brasileira.

A autora, que em breve poderá vir ao Brasil, afirma

Entre 1964 e 1966 eu passei muito tempo no mar. Eu fui em expedições para as Ilhas Galápagos, a San Felix, ao Juan Fernández Islands, Panamá e do Golfo do México (só para citar alguns). Comecei a desenvolver uma rede de colegas e amigos, e meu nome ganhou aceitação profissional tal, que foi muito além de qualquer coisa que eu já tinha experimentado antes.

O início da exploração submarina e o conhecimento atual: ‘oceano, pedra angular da vida’

Sylvia conta:
Quando eu comecei a explorar o oceano, pensava-se que o oceano era demasiado grande para falhar, não importa o que a gente jogou nele ou o que nós extraímos. Agora sabemos. O oceano é a pedra angular da vida, moldando do clima, e da química planetária; governando o sistema de suporte de vida da Terra – e ele está em apuros. Os recifes de coral, prados da grama do mar, florestas de kelp, vários tipos de peixes e outras espécies marinhas, mesmo fitoplâncton que gera a maior parte do oxigênio na atmosfera, estão em declínio acentuado.
Atenção mulheres: o momento é este

Para Sylvia Earle,

Nunca antes houve um momento de maior oportunidade ou necessidade, para as mulheres na ciência, negócios, governo, tecnologia, engenharia, arte e matemática.Mulheres são necessários para ajudar a resolver o maior problema de todos para o oceano e para o mundo: a ignorância.
A conclusão do artigo de Sylvia Earle

Cinquenta anos no futuro, será tarde demais para fazer o que é possível no momento.Temos de trabalhar todos juntos – mulheres e homens – para explorar e cuidar dos oceanos como se nossas vidas dependessem dele. Porque é exatamente o que eles fazem: permitir a vida! Independentemente do sexo, se você precisa respirar para viver, então preste atenção ao artigo.
Livro de Sylvia Earle no Brasil?

Há uma possibilidade bastante boa para que, em breve, tenhamos acesso ao livro The World Is Blue – How our fate’s and the ocean’s are one. Sugeri à minha editora, Mary Lou Paris, da Terceiro Nome, que fizéssemos um projeto para o lançamento do livro no Brasil, pelo mesmo motivo que levou Sylvia a escrever o post acima traduzido, a generalizada ignorância a respeito dos serviços prestados pelos oceanos, e sua crítica saúde e capacidade de resiliência.

Aguarde, em breve no Brasil
Livro de Sylvia Earle, sobre os Oceanos, sai ainda este ano
Mary Lou Paris topou. Entrou em contato com a editora, acertou os valores, comentou das duas traduções que faria, etc. O projeto agora está nas mãos da Fiesp que, aparentemente, embarcou na empreitada. O livro seria lançado em coprodução pela Terceiro Nome, e a editora do SESC. E ainda este ano, com a presença da autora que viria palestrar, e chamar a atenção para o lançamento de seu clássico no Brasil.
Arejar o mofado ambientalismo brasileiro

Caso o projeto seja concretizado, será uma grande vitória para o ambientalismo. É preciso arejar este movimento, atualmente mofado no Brasil. Falta informação aos ambientalistas. Faltam políticas modernas, por parte do poder público; e sobra ignorância da opinião pública (leia a respeito). The World is Blue pode contribuir muito com o momento. Os Oceanos merecem. E nós também.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

MAR DE OLHARES!

Foto: Maurício M Pereira1q / Divulgação

A convite do Museu Oceanográfico da Univali, o artista plástico e educador ambiental Alexandre Huber está produzindo em Balneário Piçarras o maior painel temático marinho do Brasil, com mais de 100 metros de comprimento. 

Na sexta-feira, ele receberá 80 crianças de 6 a 10 anos, que passarão uma tarde no museu. Vai ter palestra sobre educação ambiental e visita ao acervo, além de uma oficina de toque em que a meninada terá contato com animais expostos como golfinhos, pinguins e tartarugas. 

As inscrições estão abertas através do e-mail educacao.movi@univali.br.

Para participar é preciso doar 3 kg de alimento e um agasalho, que serão encaminhados a entidades assistenciais. As crianças participantes farão parte de um concurso de desenho artístico. Os 30 melhores serão convidados para pintar uma parte do painel junto com o artista plástico.

(Do www.clicrbs.com.br )

MAR DO ORLANDO AZEVEDO

Foto Orlando Azevedo
"Nova Viçosa/Sul da Bahia e curiosamente perto de Caravelas .Quase na frente da casa de Frans Krajcberg."

BALEIAS DE ONTEM




UM MAR DE BALEIAS -27/07/2016

Seis baleias - 3 grupos de mães e filhotes.
Praia da Ribanceira - Imbituba/Sta Catarina.
Recebemos e acompanhamos grupo de ecoturistas vindos de São Paulo.
Período matutino avistamos 4 baleias na praia da Ibiraquera, a tarde após parada para almoço, retornando pela praia, avistamos 3 grupos de mães e filhotes na praia da Ribanceira....

MAR DE CULTIVO



EPAGRI DESENVOLVE EMBARCAÇÃO QUE MECANIZA A COLHEITA DE MEXILHÕES

A Epagri lançou no mar hoje (27) uma plataforma mecanizada que facilita o trabalho dos maricultores na colheita dos mexilhões. O equipamento, desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap), é capaz de tirar da água, individualizar, lavar e classificar os mexilhões por tamanho sem exigir esforço braçal do produtor. Além de melhorar a eficiência e a ergonomia dessas tarefas, a plataforma permite realizá-las ainda no mar. 

De acordo o pesquisador André Luís Tortato Novaes, da Epagri/Cedap, quando esse trabalho é realizado manualmente, uma pessoa consegue processar entre 250kg e 300kg de mexilhões por hora. “A capacidade do equipamento será determinada na fase de testes, que começa agora, mas nossa ideia é multiplicar esse número por dez”, afirma. 

A partir da próxima semana, a plataforma será testada em fazendas marinhas comerciais. Essa fase é importante para avaliar o desempenho operacional e ergonômico dos equipamentos e fazer os ajustes necessários antes de liberar a fabricação. Quando o protótipo estiver totalmente adequado, a Epagri vai realizar eventos para divulgar a tecnologia para os maricultores.

Apesar do crescimento dessa cadeia produtiva nos últimos anos, o trabalho de quem produz mexilhões ainda é muito rudimentar. “A colheita concentra o maior número de operações, demandando grande volume de trabalho e esforço físico dos produtores. Isso gera desperdício de recursos e exposição dos trabalhadores a riscos de ocorrência de doenças ocupacionais, como os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”, conta André. Problemas nas pernas, nos braços e na coluna, além de cortes pelo corpo, são problemas comuns entre os maricultores.

Mais barato

Outra vantagem do equipamento catarinense é o custo. Países como Espanha, Nova Zelândia, Chile, França e Holanda já mecanizam esses processos, mas a importação torna a tecnologia economicamente inviável para os produtores catarinenses. Além disso, os equipamentos ainda teriam que ser adaptados às características locais de cultivo. “Apenas uma das máquinas usadas na plataforma, se fosse importada da Espanha, custaria R$140 mil. Aqui na Grande Florianópolis, construímos o protótipo dessa máquina com R$ 22 mil”, exemplifica André.

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC (Fapesc) e contou com a participação de empresas locais na fabricação do protótipo: Hydreco Hydraulics, que produziu as máquinas, e a Rhino Tech Boats, que fabricou a plataforma. “Além dessas, a Sec Boats, de Palhoça, está interessada em disponibilizar um protótipo otimizado de embarcação”, acrescenta André. Quando a solução estiver no mercado, a ideia é que os produtores possam comprar as máquinas individualmente, de acordo as operações que queiram mecanizar.

Liderança nacional

O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de moluscos bivalves (mexilhões, ostras e vieiras). Na safra de 2015, produziu 20,4 mil toneladas. O cultivo de mexilhões contribui com 85% desse total, respondendo por 17,3 mil toneladas. Na última safra, 495 empreendimentos se dedicaram à produção de mexilhões, o que representa 87% do contingente de fazendas marinhas em atividade do Estado. A facilidade de comercialização e a menor exigência de manejo nos cultivos são fatores que influenciam a adesão dos produtores ao cultivo de mexilhões.

Mais informações: André Luís Tortato Novaes - Epagri/Cedap – (48) 3665 5052.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

TEMPO, TEMPO...

Hoje, quarta-feira, 27 de julho!

MANEMÓRIAS

Acervo Casa da Memória
Praia de Cachoeira do Bom Jesus - Anos 60

ACORDES DA ILHA

TAINHAS - O RETORNO

As tainhas estão retornando de sua grande migração!
Ontem, no Santinho, cerco de 450 tainhas!
A pesca vai até o dia 31 de julho

VISITANTE PERDIDO

Foto: Junior Pio / Arquivo Pessoal
Tubarão-azul encalha em Balneário Camboriú 

Um filhote de tubarão-azul, espécie que vive muito longe da costa, fora da plataforma continental, apareceu na manhã desta terça-feira na Praia Central de Balneário Camboriú. O animal foi encontrado pelo empresário Júnior Pio, que caminhava pela Barra Sul na altura da Rua 4000. Comovido, ele entrou na água para tentar salvar o tubarão _ mas não sem antes garantir que o animal não teria como mordê-lo. 

_ Pelo que vi, não tinha dentes. Primeiro tentei passar ajudá-lo a passar umas duas ondas, mas ele voltou para o raso. Então segurei pelo rabo e fui com ele até o fundo, aí ele seguiu nadando _ conta o empresário. 

As fotos e o vídeo do animal na beira da praia têm circulado nas redes sociais. Segundo o professor Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, o encontro é muito raro e não há motivo para temer o banho de mar. 

Em 20 anos há registro de três encalhes de filhote de tubarão azul em Balneário Camboriú, todos ainda sem explicação. 

_ Não se sabe por que isso acontece, mas tubarões saudáveis não encalham. Provavelmente ele tenha algum parasita, e não deve sobreviver _ afirma o pesquisador. 

Segundo ele, a espécie costuma nadar em profundidades que vão de 50 a 200 metros e, na idade adulta, pode ser agressivo. Mas um filhote, como o que apareceu em Balneário, não apresenta risco. O animal ainda era pequeno, com cerca de 1 metro de comprimento _ o tubarão azul pode chegar a medir 4 metros.
(Do www.clicrbs.com.br)

terça-feira, 26 de julho de 2016

MAR DE OLHARES

Theo Paul Vorster, "o que te faça feliz", 2016, 26 x36cm Linoleogravura

REINCIDENTES NO CRIME AMBIENTAL!

Foto Fernando Alexandre
Barcos que conseguiram direito de pescar tainha na Justiça são apreendidos por captura em área irregular

Embarcações serão multadas em R$ 1,4 milhão por crime ambiental

O Ibama apreendeu na manhã desta segunda-feira em Porto Belo 70 toneladas de tainha capturadas por embarcações catarinenses em área proibida no Rio Grande do Sul. Os dois barcos, da pesqueira Pioneira da Costa, estão entre os que tiveram a licença negada pelo Ministério da Agricultura, no início de junho, e receberam autorização para captura por ordem judicial. A multa para a empresa será de R$ 1,4 milhão por crime ambiental.

A pesca ilegal foi descoberta através do sistema de rastreamento por satélite que indica ao órgão ambiental a localização exata dos barcos e detalhes como a velocidade em que estão _ o que informa se estão em operação de cerco para captura. Segundo Sandro Klippel, coordenador do Ibama Itajaí, responsável pela operação, os dois barcos pescaram a menos de 10 milhas da costa gaúcha, o que é proibido por lei.

Doação

Toda a carga apreendida será doada ao projeto Mesa Brasil, que distribuirá as tainhas para entidades beneficentes no Estado. Os barcos apreendidos ficarão sob tutela da Pioneira da Costa, mas não poderão ser utilizados.

Armadores catarinenses entraram na Justiça depois que todas as embarcações que apresentaram documentação ao Ministério da Agricultura tiveram as licenças negadas porque, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, fizeram capturas em área irregular na última safra, em 2015. Apenas dois barcos que não haviam pescado no ano passado receberam autorização, numa "terceira chamada" publicada em Diário Oficial. 

A negativa causou revolta e prejuízo para o setor industrial, que contava com uma captura de peso, semelhante à da pesca artesanal que bateu recorde este ano.

No fim do mês passado a Justiça passou a conceder mandados de segurança que beneficiaram cerca de 30 embarcações em Santa Catarina.
O advogado da empresa Pioneira da Costa não foi encontrado nesta manhã para comentar o caso.

(Do www.clicrbs.com.br)

AVISO AOS NAVEGANTES!


Frente fria traz ventos fortes e mar fica agitado no Litoral de SC !

No decorrer da terça-feira (26/07) o vento do quadrante noroeste intensifica, com rajadas de 50 a 70km/h no Litoral de SC, deixando o mar agitado com picos de onda em torno de 2,0 m.


De quarta a sexta-feira (27/07 a 29/07), as ondas sobem ainda mais com picos de 2,5 m a 3,5 m, mais altos em áreas afastadas da costa. Condições de ressaca especialmente na quarta e quinta-feira, com risco para navegação de pequenas e médias embarcações.

Essa condição adversa de mar estará associada a formação de um ciclone extratropical próximo à costa do Uruguai, com deslocamento para o oceano, e avanço de um intenso sistema de alta pressão (massa de ar polar) pela Argentina, Uruguai e Sul do Brasil.

(Do  EPAGRI/CIRAM)

MAR DE BALEIAS


O RITUAL SE REPETE

Entre os meses de julho e outubro, o litoral catarinense serve de berçário para a Baleia Franca Austral. Isso acontece porque a temperatura da água é mais agradável para as fêmeas parirem e amamentarem seus filhotes. Quando as crias estão preparadas para alimentarem-se sozinhas, os cetáceos voltam para as águas geladas da Antártica. No período que estão na nossa orla elas ficam tão próximas das praias que é possível avistá-las da terra firme, em pares de baleias - a mãe e o filhote - nadando e saltando para fora da água.

CELEBRE A VIDA E VIVA ESSA EMOÇÃO.

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

MAR DE OLHARES

Ares e mares do Rogério Dias

A VOLTA DAS TAINHAS


As tainhas já estão voltando da sua grande migração, viajando agora em direção ao Sul!
Ontem, no Morro das Pedras, o camarada Silézio Sabino encontrou um cerco com mais de 100 tainhas!

NAQUELE TEMPO...


O COTIDIANO DOS ANTIGOS MORADORES
DA FREGUESIA DE CANASVIEIRAS


Entre 1748 e 1756 com a chegada de 6.000 colonizadores açorianos, começou a ocupação e o desenvolvimento das freguesias e arraiais do interior da velha Desterro. Ao norte as Freguesias de Canasvieiras, Santo Antônio de Lisboa e São João do Rio Vermelho.

Naquela época a economia era voltada a subsistência de seus habitante e a pesca artesanal e a agricultura eram expressivas. Houve períodos de abundância comercial, em função das atividades portuárias, alfandegárias e do comércio de cabotagem, oriundo das safras da pesca e das colheitas das roças da região continental e das freguesias do interior da Ilha.

Na freguesia de Canasvieiras e arraiais circunvizinhos, nativos pescavam e labutavam nas roças e pastagens. Os pescadores após proveitoso dia na lida com o mar voltavam para suas casas com olhares de satisfeitos, trazendo nas mãos cambulhões de peixes frescos e pensando na arrumação da criação e do gado ao abrigo da noite. Cavalos arreados eram utilizados pelos homens para percorrer longos caminhos pelos arraiais. Usavam carroças, carros de bois e charretes que serviam para o transporte diário do peixe e produtos hortifrutigranjeiros até o mercado público.

Essa gente vivia num ambiente bucólico entre morros, campos, caminhos, vielas, picadas, trilhas íngremes, plantações de cafezais, bananeiras e lindos laranjais. Muitos morava em vistosos casarios luso-brasileiros, casas térreas de alvenaria com seus telhados coloniais de cores vivas. Armazéns de secos e molhados, vendas, engenhos, casebres de pau a pique feitos pelas mãos dos pobres nativos. Casas rurais com janelas e portas, cujos donos eram proprietários de plantações de café, mandioca, cana-de-açucar e milho. A hospitalidade, a simpatia, a sinceridade, o sotaque e o linguajar rápido era uma marca do povo ilhéu do interior da Ilha de Santa Catarina.

Contavam-se estórias e lendas de lobisomens, bruxas e aparições de fantasmas, que surgiam no clarão da lua cheia. Falava-se que nos caminhos sombrios e escuros, quem tinha medo não se arriscava a passar por lá, pois o assoviar do vento e farfalhar das folhas nas bananeiras, nos espinheiros, milharais e cafezais formavam sombras assustando os medrosos. Afirmavam que apareciam assombrações na antiga Estrada Real, conhecido pelo nome morro do Maurício, atual Leonel Pereira que liga Cachoeira do Bom Jesus a Ingleses.

Na religiosidade, pregava-se o culto ao Divino Espírito Santo e ao Senhor dos Passos. A procissão de Corpus Christi era celebrada com missa e procissão. O átrio das igrejas e as estradas eram ornamentados com tapetes de flores à adoração ao Santíssimo Sacramento. Nas comunidades pesqueiras em fevereiro era realizada a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, protetora dos Pescadores.

Na herança cultural os Ternos de Reis, as benzeduras, as receitas homeopáticas, supertições e a mitologia ilhoa de Franklin Cascaes. Na literatura o Pão-por-Deus, provérbios e expressões típicas, o artesanato, a culinária, musicalidade, a produção artesanal da cachaça e cestarias em bambu e cipó. As tradicionais manifestações artísticas, culturais de danças e folguedos populares, como o boi-de-mamão, pau-de-fita, a ratoeira e o camcubi, envolviam os arraiais das Freguesias desde São João do Rio Vermelho, Lagoinha até a Ponta Grossa. Outro folguedo tradicional e polêmico do ilhéu é a farra-do-boi, que acontece na semana que antecede a Páscoa. A dita brincadeira consiste em soltar o boi xucro em campo aberto ou em mangueirões e os farristas passam a excitá-lo ao enfrentamento. Atualmente está proibido por lei em Santa Catarina.

Em outubro de 1845 quando da visita que Dom Pedro II a freguesia de Santo Antônio de Lisboa para conhecer a Igreja Nossa Senhora das Necessidades construída entre 1750 e 1756, conta-se que estava programada a visita do Rei a Freguesia de Canasvieiras. A população local dos arraiais circunvizinhos aguardava com expectativa a nobre visita, mas devido uma tempestade acabou não acontecendo. A visita era para conhecer o povoado e a Igreja de São Francisco de Paula, padroeiro desta comunidade. Para a passagem do Rei foi feita uma picada entre a praia e igreja, a qual originou o nome Caminho do Rei, atual José Bahia Bittencourt. Há anos um projeto de lei municipal mudou o nome desta rua, ignorando sobremaneira aspectos históricos e relevantes a memória de Canasvieiras.

Quando falecia um ente querido, tinha-se o costume de realizar o velório na sala de visita por longas horas, para que desse tempo dos amigos e familiares distantes chegarem para o último adeus. O caixão mortuário era feito por marceneiro amigo da família. O féretro seguia caminho para ser sepultado no cemitério da Igreja de São Francisco de Paula, na lentidão do rodado e do chiado sobre o estrado do carro de boi, enfeitado pelas mulheres com fazenda preta e com finas estacas de bambus arcados. Neste cemitério estão sepultados os entes queridos de famílias tradicionais destas freguesias.

Exímios carpinteiros com habilidade e destreza faziam engenhocas, peças de engenhos, baleeiras e canoas esculpidas no tronco de garapuvu. A pesca da tainha era uma festa, todos corriam a praia para ver os lanços de rede. Sentados nos cômoros de areia ou nas dunas, reuniam-se compadres e comadres das circunvizinhanças.

Rapazes e raparigas dos arraiais enamoravam-se nas praças, nas festas de igreja, nos engenhos de farinha, nos bailes de domingueiras. Neste ambiente festivo começava o namoro, e alguns pais não permitiam o namoro dos jovens entre parentes próximos, mas muitos deles, reconhecia o pretendente quando este era de boa família, honesto, ladino e trabalhador. Diante da discórdia do pai, a filha recorria à ajuda da mãe, que com insistência conseguia o consentimento dele. Sem o consentimento dos pais, os enamorados fugiam de casa durante a noite em horário e local combinado pelos enamorados. A fuga era associada às proibições dos cônjuges que tivessem alguma proximidade parental, pois ambos eram primos de primeiro ou segundo grau. As mulheres eram levadas a morar com a família do marido e assim uniam-se. Passado algum tempo realizavam o casamento perante um juiz de paz ou no religioso. Após este acontecimento, o casal retornava para sua comunidade onde eram reconhecidos por todos como casados.

Geralmente na partilha dos bens as mulheres não recebiam a herança de sua família, mas ganhava a herança do marido e os filhos desta união não levavam o sobrenome materno. Se a mulher “morresse de família”, isto é, durante o parto e viesse a ter filho, este não ficava com o marido ou com a família dele. Muitos casamentos e batizados eram realizados nas Igrejas das Freguesias e para a festa de casamento eram convidados parentes próximos do lugar, amigos da roça e da pesca do noivo e da noiva, compadres e comadres. Enquanto na igreja era realizada a cerimônia matrimonial, familiares dos noivos ficavam em casa preparando o banquete.

MAR DO PAULO GOETH

sábado, 23 de julho de 2016

MAR DE LUCIANA PETRELLI

Foto Luciana Petrelli

CAMARÃO, SÓ DE CRIAÇÃO!


ATENÇÃO PESCADOR E CONSUMIDOR

DEFESO DO CAMARÃO NO COMPLEXO LAGUNAR SUL DE SC

O defeso é a parada obrigatória da pesca sobre um determinado recurso para a sua preservação. No Complexo Lagunar Sul de Santa Catarina, o defeso do camarão iniciou no dia 15 de julho. Está terminantemente proibida a captura do camarão rosa e do camarão branco com qualquer modalidade ou petrecho dentro do Complexo Lagunar até o dia 15 de novembro. Para os proprietários das peixarias é obrigatório a realização da “Declaração do Estoque de Camarão”, na sede da Polícia Militar Ambiental. A comercialização durante estes quatro meses de recesso é permitida quando existe comprovação de que o camarão foi capturado antes do período defeso. Comprar camarão proveniente da pesca no período de defeso é tão criminoso quanto a sua captura. Quando você comprar camarão durante o período de defeso solicite ao estabelecimento a declaração de estoque fornecida pela Polícia Ambiental.


MAR DO SILÉZIO SABINO

Foto Silézio Sabino
Direitas do Campeche!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

MAR DE OLHARES

Theo Paul Vorster, "Abrigo da Tempestade", 2016, linoleogravura

MAR DE BALEIAS

Técnicos analisam baleia jubarte encalhada em praia da Bahia; número de casos é recorde em 2016

Costa brasileira tem recorde de baleias encalhadas e mortas
Instituto Baleia Jubarte 

KLAUS RICHMOND
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SANTOS

O número de mortes de baleias jubarte encalhadas na costa brasileira é recorde neste ano, com 23 animais encontrados sem vida só no primeiro semestre. A marca supera –e muito– a média anual de casos desde 2002, quando começou o monitoramento do Instituto Baleia Jubarte.

A situação tem intrigado estudiosos da espécie.

As explicações, por sua vez, não são unanimidade. As hipóteses passam pelas mudanças climáticas, pelo fenômeno El Niño, pela ação humana com as redes de pesca e até pelo fato de a população da espécie ter aumentado nos últimos anos.

No país, o maior índice de mortes de jubartes, com seis casos, havia ocorrido em 2011. Quase quatro vezes menos que no primeiro semestre.


Alvinho Duarte/Fotoarena/Folhapress
"A maior parte dos encalhes acontece entre agosto e setembro, mas neste ano começou bem mais cedo e cremos que vai ser o pior dos últimos anos", afirmou Milton Marcondes, coordenador de pesquisas do instituto.

Um dos piores casos monitorados ocorreu no início deste mês em Aracruz, no Espírito Santo. Uma baleia adulta foi encontrada morta, estrangulada no abdômen por uma possível corda de pesca.

Dos 23 casos registrados até junho, seis foram em São Paulo. O Estado contabilizava no máximo um por ano, quando isso ocorria.

As jubartes nascem principalmente em Abrolhos, no litoral da Bahia, entre julho e novembro. Elas migram pelo litoral brasileiro para a Antártida para se alimentar no verão. Depois reiniciam a rota migratória de 25 mil km.
O crescimento da população de jubartes no país teve um ritmo elevado na última década. Eram 3.400 no início da pesquisa, em 2002, chegando a 17 mil atualmente.

"A população está aumentando, então os encalhes podem ser normais. Há uma influência nesse número que temos de analisar, como a pesca e os efeitos do El Niño", afirma Marcondes.

CLIMA E PESCA

O fator climático, entretanto, pode ter afetado a oferta de alimentos. Dessa forma, as baleias adiantam o período de migração e ficam mais fracas. Os encalhes mais comuns são de animais jovens, de até quatro anos.

O efeito do El Niño, intenso desde o ano passado, pode ter afetado a disponibilidade do krill, um tipo de camarão pequeno e base da alimentação desse animais.

Na opinião do oceanógrafo Hugo Gallo, a pesca é um dos motivos mais prováveis para o fenômeno. Ele preside o Instituto Argonauta, que atua na preservação marinha no litoral norte.

As redes de espera, usadas para pesca sem a presença dos pescadores, são as principais vilãs. "Está claro para mim que a mortandade é ligada à pesca. Temos uma grande quantidade de tainhas aqui. O pescador coloca mais rede, as baleias se enroscam mais", afirma.



Editoria de arte/Folhapress 
A hipótese tem como base recentes proibições do governo de Santa Catarina, que limitou a pesca comercial da espécie no litoral do Estado.

Uma das preocupações do Ibama é com as atividades da Petrobras na região do pré-sal, com o uso do método sísmico. São canhões de ar lançados ao solo oceânico que geram sons para detectar a existência de petróleo e gás.

Ainda não há, no entanto, dados para comprovar a ligação entre os eventos e uma desorientação das baleias. A Petrobras diz que as atividades atendem a regulação e são fiscalizadas.

De acordo com André Barreto, da Universidade do Vale Itajaí (SC), que coordena um projeto de monitoramento em nível nacional, as incertezas são ainda grandes. "Temos visto muitas se enrolando em redes de pesca, mas o porquê de elas terem nadado tão próximas a costa é algo que estamos buscando entender. Raramente a natureza tem um fator só."

LITORAL PAULISTA

O mar do litoral norte de São Paulo está para baleias, principalmente por causa dos dias mais frios e da presença abundante de alimento, como os cardumes de tainhas.

De acordo com números compilados pelo instituto Argonauta, de Ubatuba, neste ano ocorreram 13 observações do animal. Seis foram encontrados mortos nas praias do Estado.

Números de anos anteriores são escassos, mas o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do instituto (que monitora as baleias no litoral norte), diz que é possível afirmar que os encontros estão mais frequentes. A suspeita é que as baleias estão passando mais tempo na região.

Segundo Gallo Neto, dois fatores podem estar retendo mais os grandes cetáceos perto da costa. "Os cardumes de peixes, como as tainhas, estão aparecendo mais. Eles são importantes fontes de alimentação. Por isso, as baleias tendem a ficar mais tempo por aqui", diz o especialista.

O outro fator é climático. A presença do El Niño, que muda o padrão do tempo e, neste ano, fez os dias frios voltarem ao litoral paulista, têm facilitado a vida dos animais.

É normal a ocorrência deles nesta época do ano. "Elas estão migrando das regiões mais ao sul para o arquipélago de Abrolhos" afirma o oceanógrafo de Ubatuba.

A espécia mais vista, segundo os registros dos técnicos do instituto, é a jubarte. Barcos do grupo saem quatro vezes por semana para mapear o litoral. Os encontros têm sido mais fáceis entre Ilhabela e São Sebastião.
"Foi surpreendente. Estava observando alguns golfinhos se alimentarem, quando uma Jubarte apareceu", conta Leandro Saadi.

No dia 30 de junho, o fotógrafo e ambientalista estava fazendo seu trabalho mensal de vistoria da área de proteção que existe entre as praias da Baleia e do Sahy.

Foi entre as duas praias, às 14h, a uns 200 metros de altura, com o seu paraglider motorizado, que Saadi conseguiu enquadrar na lente de sua câmera a jubarte.

A nota triste é que a baleia estava ferida. "Ela não tinha o lado direito da cauda".

Possivelmente o animal estava mutilado por ter se enroscado em uma rede de pesca. "O pesquisador que viu as fotos descartou ser ataque de tubarão ou mesmo de outra baleia maior", conta Saadi.

ENCONTRO

Na recente edição da Semana de Vela de Ilhabela, no início de julho, alguns competidores que estavam no mar também foram brindados com a exibição de uma baleia jubarte. Que chegou a saltar ao lado de uma embarcação.

O professor Mario Rollo Jr., pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em São Vicente, relativiza o aumento da quantidade de baleias. "Do ponto de vista estatístico, o número de registros de baleias é diretamente proporcional ao número de frequentadores de regiões litorâneas", diz o cientista.
De acordo com ele, tendo em vista o boom imobiliário das últimas décadas no litoral norte, não é surpresa que os registros cresçam.

Para o pesquisador da Unesp, esforços de monitoramento sistemático de observações de baleia no litoral de São Paulo precisam ser muito mais frequentes.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

AGOSTO AO GOSTO!

A florada dos ipês é um evento típico do inverno Brasil.

Agosto pode começar gelado
por Josélia Pegorim 

O mês de julho começou quente no centro-sul do Brasil, mas a massa de ar polar que entrou no país no início da segunda quinzena do mês derrubou a temperatura novamente.

Um bom exemplo da mudança do padrão de temperatura é o que ocorreu em Porto Alegre. Pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia, do dia 1 até 6 de julho, a capital gaúcha teve dias quentes, com temperatura sempre acima dos 10°C na madrugada e tardes com até 29°C. Mas a partir do dia 7, o ar polar e os dias com muitas nuvens e chuva fizeram a temperatura despencar. De 7 a 20 de julho, as máximas não passaram dos 20°C e as temperaturas mínimas voltaram a ficar abaixo dos 10°C em vários dias.

A semana começou com gelada, com temperatura de 7°C abaixo de zero na serra de Santa Catarina, mas o ar polar intenso vai se afastar e o centro-sul do Brasil vai esquentar a partir do próximo fim de semana.

A última semana de julho promete a volta das tardes relativamente quentes. As noites e o início da manhã ficam bem menos frios.

Mas antes de se animar com a previsão de aquecimento, veja o que vem por aí. A meteorologista Josélia Pegorim comenta sobre a nova onda de frio prevista para os primeiros dias de agosto, que deve trazer o frio intenso de volta para o centro-sul do Brasil.


(Do http://www.climatempo.com.br/)

HAVER NAVIOS


Olhar e clique do Antonio Paulo D'Aquino Noronha, o Lengo!

GOLFINHOS PESCADORES

Prática ocorre há pelo menos 150 anos em Laguna, no Sul do Estado
Foto Elvis Palma / Especial


Laguna, no Sul do Estado, recebe o título de Capital Nacional dos Botos Pescadores

Os botos de Laguna, parceiros dos pescadores artesanais da cidade na hora de encontrar os cardumes, renderam à cidade o titulo de Capital Nacional dos Botos Pescadores. O Projeto de Lei (PL) 192/2015 foi aprovado ontem no Senado, e sancionado na manhã de hoje pelo presidente interino Michel Temer.
Fora Temer!

A prática da pesca com o auxílio dos golfinhos da espécie Tursiops truncatus ocorre há pelo menos 150 anos na cidade, especialmente no Canal da Barra, nos Molhes. Atualmente, a população de cetáceos é estimada em 55 animais, e pelo menos 20 são pescadores, segundo acompanhamento realizado por pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Laguna.

O PL foi de autoria do deputado Espiridião Amin (PP-SC), como objetivo de divulgar o nome da cidade, destacar a peculiaridade da cooperação entre golfinhos e pescadores e ainda chamar a atenção para a necessidade de conservar os ecossistemas lagunares da região.


BALEIAS DE ONTEM

Foto Julio Cesar Vicente
Praia da Ribanceira - Berçário Nacional das Francas.
Seis baleias - Três mães acompanhadas de filhotes.

Semana passada recebemos e acompanhamos grupo de argentinos e paraguaios que vieram conhecer a Rota das Baleias. Depois de diversas atividades e observações de baleias e golfinhos, os argentinos retornaram. Hoje, pela manhã, realizamos nova saída de observação de baleias, com os paraguaios que ficaram, para mais atividades na Rota das Baleias, e fomos agraciados com três grupos de baleias, em um dos grupo percebemos a presença de uma baleia já avistada em temporadas anteriores, Showw!
Itinerário: Praias da Vila, do Porto e da Ribanceira - Imbituba/sc

(Do https://www.facebook.com/baleiafrancaimbituba/)

RESGATANDO OS PINGUINS



Pinguins resgatados nas praias de Florianópolis recebem cuidados especiais da equipe ONG R3 Animal, na sede do Parque Estadual do Rio Vermelho. As imagens são de Flávio Tin.

Caso encontre um pinguim nas praias, ligue para 0800-6423341.


quarta-feira, 20 de julho de 2016

BARCOS ATRAPALHAM O TURISMO?


ARMAÇÃO
Marinha manda tirar barcos da faixa de areia

Associação dos pescadores aprova medida; pescador não concorda e estrebucha

O pescador artesanal João Afonso Martins garante que o que tá circulando pelo bairro Armação, em Penha, é um abaixo-assinado pedindo a retirada das embarcações da faixa de areia.
Segundo ele, o documento seria assinado pela associação dos Pescadores Artesanais (Apape). Além de pedir a saída das embarcações da orla, a proposta também determina que os barcos na água fiquem a 200 metros da faixa de areia.
De acordo com João, os mais de 200 pescadores da colônia da Armação serão prejudicados se a proposta for colocada em prática. Isso porque os barcos ficarão pra longe da ponta da cruz, local ruim tanto pra chegar como para partir, pois não pega a circulação dos ventos. Outro problema seria a questão da segurança das embarcações.

Não é bem assim
A presidente da Apape, Mirela Caroline Costa, informou que não foi feito nenhum abaixo-assinado. O que tá circulando é um informativo encaminhado à secretaria de Pesca e Agricultura, pedindo que a prefeitura ceda um espaço pra barcos e pros apetrechos. Seria um tipo de galpão, usado também para manutenção, trabalho que hoje é feito a céu aberto pelos pescadores. O que a associação apoia, confirmou, é que os barcos não fiquem mais na praia.
A proposta, no entanto, não é da associação, mas veio da Marinha do Brasil, com base em determinação que proíbe a circulação de embarcações a menos de 200 metros da areia. 
O assunto foi discutido no dia 22 de junho, na delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí. Mirela disse que os pescadores da colônia também foram convidados, mas só a Apape apareceu. No projeto, a prefa ficaria com a tarefa de demarcar as áreas. “Levamos um ofício que foi passado à prefeitura. Os pescadores vão ter que se regularizar”, avisou Mirela.
“Os botes grandes precisam de um estaleiro”, completa, argumentando que os barcos na praia prejudicam o turismo e que tem muito pescador que é de fora e tá deixando a embarcação na Armação. O DIARINHO falou com a assessoria da Marinha em Itajaí. O órgão ficou de buscar as informações discutidas na reunião para serem repassadas depois a título de esclarecimentos.

(Do http://www.diarinho.com.br/)