sexta-feira, 12 de agosto de 2016

AS MÃOS, SEMPRE AS MÃOS...


(crónicas da xávega (38)

as mãos

regresso sempre às mãos
às mãos e ao peso
que sobre elas
tudo

ao pão suado salgado
sofrido esmifrado

aos braços ferramenta
aos escravos da fome
dos filhos do hoje
do manhã do nunca
do sonho
do desespero
da esperança

regresso sempre às mãos
nem sempre
vazias

(Do  ahcravo gorim)
(torreira; companha do marco; 2012)

o saco aproxima-se, os bordões apertam as mangas, os homens esperam o pão

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