sexta-feira, 31 de março de 2017


Governo anuncia ampliação da Estação Ecológica do Taim

Anúncio foi feito pelo ministro do Meio Ambiente durante evento comemorativo do Dia Mundial da Água, nesta quarta-feira. UC no Rio Grande do Sul passa a ter 32 mil ha

 No Dia Mundial da Água, que transcorreu nesta quarta-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou a ampliação da Estação Ecológica (Esec) do Taim, no Rio Grande do Sul, que passará a ter 32 mil hectares. O decreto de ampliação está em fase final de análise para publicação. O evento ocorreu na sede do ministério, em Brasília, e reuniu vários convidados.

A estação é um dos três novos sítios Ramsar (zona úmida de importância internacional) brasileiros. A designação, adotada pelo tratado intergovernamental aprovado em encontro realizado na cidade iraniana de Ramsar, confere à unidade reconhecimento mundial e garante ao Brasil a obtenção de apoio internacional para o desenvolvimento de pesquisas, o acesso a fundos internacionais para o financiamento de projetos e a criação de um cenário favorável à cooperação internacional.

LEIA MAIS SOBRE O DIA MUNDIAL DA ÁGUA: Mutirão retira 400 kg de lixo do rio Iguaçu

A Estação Ecológica do Taim está localizada na porção sul da planície costeira do Rio Grande do Sul, entre as Lagoas Mirim e o Oceano Atlântico, e abrange parte dos municípios do Rio Grande e de Santa Vitória do Palmar e a ilha do Taquari, que fica na Lagoa Mirim, na divisa do Brasil com o Uruguai. Foi criada pelo Decreto nº 92.963, em 21 de julho de 1986, com área de cerca de 11 mil hectares.

As propostas de ampliação da reserva vinham sendo elaboradas por um Grupo de Trabalho (GT) do conselho consultivo da unidade formado por 21 instituições governamentais e da sociedade civil. Após várias reuniões e audiências públicas, chegou-se ao consenso de que a ampliação é compatível com o desenvolvimento econômico da região.

Gestores comemoram

Os gestores da estação ecológica comemoraram tanto a inclusão da unidade na lista dos sítios Ramsar quanto o anúncio de aumento de seus limites. A proposta de ampliação reincorpora áreas públicas à unidade de conservação e permite o avanço de sua gestão.

Aos proprietários dos cerca de 8 mil hectares a serem regularizados, cuja maioria participou da elaboração dessa proposta, ficará o legado de finalmente ter segurança jurídica, recebendo o valor devido por suas propriedades e podendo aplicar em atividades rentáveis em áreas mais propícias à produção.

Banhados do Taim

Os banhados do Taim apresentam variados ecossistemas, representados por praias lagunares e marinhas, lagoas, pântanos, campos, cordões e campos de dunas. A unidade é considera uma das principais estações ecológicas do Rio Grande do Sul e um dos principais ecossistemas do Brasil.

A reserva é moradia de pelo menos 30 espécies diferentes de mamíferos e 250 aves, com destaque para animais como o cisne-de-pescoço-preto, capororoca, tachã, garça-moura, cabeça-seca, socozinho, ximango, martim-pescador, marrecão e marreca-piadeira.

Entre os animais de maior porte, estão o jacaré-de-papo-amarelo, tartarugas, capivara, ratão-do-banhado, graxaim, mão-pelada, lontra e tuco-tuco. Já a flora é bastante diversa, apresentando figueiras, corticeiras, quaresmas, orquídeas, bromélias, cactos, juncos e aguapés.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

NO MAR BRASILIS.


ESTIVANDO...

Foto Fernando Alexandre




quarta-feira, 29 de março de 2017

PESCA DA TAINHA!


ATENÇÃO PESCADORES DE TAINHAS DE CANOAS A REMO!!!

Amanhã, dia 30/03 às 14:00 horas no Ministério Público Federal, em Florianópolis, na beira mar norte ( Rua Paschoal Apóstolo Pitsica, 4876 - Edifício Luiz Elias Daux - Agronômica) a nossa reunião da safra da tainha 2017. São solicitados apenas 2 representantes de cada praia, em função do espaço!

O informe é do camarada Silézio Sabino!

segunda-feira, 27 de março de 2017

O DIA EM QUE A ILHA SE AFASTOU DO CONTINENTE!


Desenterrando o "Desterrando"
Depois de uma verdadeira e intensa pesquisa antropológica, conseguimos uma cópia do "Desterrando", versão de 5 minutos.
Em breve, estamos programando um remake!
Quem for vivo, verá!

TRABALHADORES DO MAR

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Fotos Milton Ostetto
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Seo Jorge ( Jorgino)..86 anos, Pântano do Sul!
No clique do Milton Ostetto 

MAR DE SONS

Banda Cataia, formada na Ilha do Cardoso, litoral de São Paulo, que participou do "revival" do projeto "Boca no Trombone" nas comemorações do "Lira Paulistana - 30 Anos depois - Vanguarda Paulista" na Funarte, em São Paulo.

MAR DE CAIÇARAS


Dia 01 de abril, as 19:00 hrs, no Projeto TAMAR em Ubatuba.
Entrada gratuita

domingo, 26 de março de 2017

OUTONO OUTUDO!

Foto Fernando Alexandre

VOANDO...

Foto: OCEANA / Enrique Talledo

Este peixe pode sair para tomar um “arzinho”! O peixe-voador tropical (Exocoetus volitans) tem a habilidade de planar por longas distâncias para escapar de predadores. Os voos são normalmente baixos, mas podem se estender por dezenas (ou mesmo centenas) de metros. Não é interessante?(Da Oceana Brasil)

sábado, 25 de março de 2017

MAR DE TAINHAS

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HOMENS E ALGAS


O advogado e escritor Othon da Gama Lobo d'Eça nasceu em Florianópolis em 3 de agosto de 1892. O livro "Homens e Algas", uma de suas principais obras, é um retrato fiel e impactante dos pescadores que viviam em Florianópolis, na metade do século passado. 
Publicado originalmente em 1957, as histórias de Homens e Algas começaram a ser escritas em 1938, na época em que o escritor costumava descansar em sua casa de férias, na Praia de Coqueiros, muitos anos antes do balneário tornar-se o preferido dos moradores da cidade. 

No prefácio escrito em 1957 e mantido nesta nova edição, Othon D'Eça afirma que em Homens e Algas não fez ficção porque o seu intuito foi "gravar, em resumos curtos e secos, verdades vivas e amargas - que valem muito mais que os relevos dos frisos e as galas da imaginação". Faleceu em 7 de fevereiro de 1965, em Florianópolis.

segunda-feira, 20 de março de 2017

SEM GUAIAMUM


 Foto de divulgação 

Ministério do Meio Ambiente proíbe venda de Guaiamum em todo o Brasil
Espécie de crustáceo é um prato típico do litoral nordestino

POR O GLOBO

RIO — Prato típico do litoral nordestino, o Guaiamum não poderá mais ser vendido em bares e restaurantes. A captura e a comercialização do crustáceo está proibida desde o dia 6 de março por força de duas portarias do Ministério do Meio Ambiente publicadas no Diário Oficial da União. Porém, os estabelecimentos que ainda têm o animal em estoque poderão continuar com as vendas até o próximo dia 30 de abril.

De acordo com a determinação do órgão, o Guaiamum macho está na lista de animais que correm risco de entrar em extinção. O comércio já havia sido proibido em 2014, por determinação da portaria 445/2014, no entanto, a data limite para a venda da iguaria foi prorrogada.

A captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo dos guaiamuns será permitida apenas para fins de pesquisa ou para a conservação da espécie, mediante autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

A penalidade para quem não cumprir a portaria está prevista na lei 5.197, que trata sobre a caça de animais silvestres. Caso alguém seja flagrado, a multa será aplicada no valor de R$ 5 mil por pessoa. Se comprovada a venda, o valor será de R$ 10 mil.

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domingo, 19 de março de 2017

OUTONO OU TUDO!

Foto Fernando Alexandre
BOLETIM DA EPAGRI PARA O OUTONO EM SC

Precipitação
No trimestre, a previsão é de chuva próxima à média climática em SC. A precipitação deve ser melhor distribuída no tempo no mês de março, em relação a fevereiro. Outra característica que deve marcar o trimestre é a diferença dos valores mensais de chuva, intercalando um mês mais seco com outro mais chuvoso.

Em março, os temporais ainda ocorrem com frequência e, muitas vezes, a chuva vem acompanhada de forte atividade elétrica (raios), granizo e ventania em períodos curtos. Nesta época do ano, também é comum a ocorrência de ciclones que causam chuva e ventos fortes na região. Por isso, ressalta-se a importância do acompanhamento diário da previsão do tempo.

Temperatura
A previsão é temperatura próxima a acima da média climática, com o fim do verão e o início de outono típicos em SC, com dias quentes e úmidos mais frequentes em boa parte dos dia de março. No fim de março e início abril, chegam as primeiras massas de ar frio com formação de geada e nevoeiros em algumas localidades do Estado, sobretudo no Planalto Sul. 

Em maio, massas de ar frio intensas atingem o Sul do Brasil, deixando a temperatura mais baixa, por vezes com geada ampla em Santa Catarina. Mesmo assim, eventos prolongados de temperatura elevada (acima de 30ºC) podem ocorrer, especialmente no mês de maio, caracterizando os veranicos.

Temperatura da Superfície do Mar (TSM)
Em janeiro, a anomalia negativa de TSM (Temperatura da Superfície do Mar) ficou em torno de - 0,5°C no Pacífico Equatorial , indicando La Niña de fraca intensidade. Além disso, as variáveis atmosféricas foram consistentes com a característica do fenômeno. Em fevereiro, nota-se maior aquecimento (anomalia positiva de TSM), especialmente ao sul da região tropical do Pacífico (Figura 2). Para o próximo trimestre (Março-Abril-Maio) a previsão é de neutralidade, ou seja sem a influência dos fenômenos El Niño e La Niña.


sexta-feira, 17 de março de 2017

MAR DE POETA

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FEITO PEIXE


Triton: As guelras artificiais que vão permitir respirar debaixo de água

Uma ‘startup’ sueca, baseada em Estocolmo, encontra-se a desenvolver um aparelho que permitirá aos humanos respirarem debaixo de água sem grande esforço, funcionando como um sistema de guelras artificiais.

O equipamento, de nome Triton, terá 29 cm, uma bateria que poderá durar até 45 minutos e atingir os cinco metros de profundidade. A grande segredo do Triton é uma fibra microporosa responsável pela captura de oxigénio directamente na água.

Para receber financiamento a ‘startup’ de Estocolmo colocou o seu projecto na plataforma de ‘crowdfunding’ IndieGogo onde pretendia arrecadar cerca de 50 mil dólares. O entusiasmo à volta da ideia foi tal que até ao momento, a um mês do final da campanha, a empresa já conseguiu arrecadar mais de 830 mil dólares.

Estima-se que terá o preço de 299 dólares com entregas programadas para Dezembro deste ano.

quinta-feira, 16 de março de 2017

PRA QUEM GOSTA DE CAMARÃO!


MEMÓRIA DAS ÁGUAS


Gravado em Paris, em 1979, e lançado dois anos depois de forma independente, Memória das Águas foi o primeiro álbum do percussionista, compositor e poeta paraibano Fernando Falcão. 

O registro tem forte caráter experimental, mesclando influências diversas de ritmos nordestinos e africanos, passando pelo jazz e pela música concreta, com arranjos e produção do próprio e do maestro José Luiz Castiñera de Dios.

NO DESPENQUE...

 Foto Shark Attack Mitigation Systems / AFP)
Cientistas criam traje capaz de deixar surfistas invisíveis a tubarões
Equipamento foi desenvolvido por especialistas de universidade australiana.

Cientistas australianos criaram um novo traje para surfistas que pretende fazer com que seus usuários fiquem 'invisíveis' aos olhos dos tubarões, uma medida que busca reduzir o número de ataques nas praias do país, informou nesta quinta-feira a imprensa local.
Especialistas da Universidade da Austrália Ocidental, com ajuda do Sistema de Prevenção de Ataques de Tubarões, desenvolveram dois tipos de equipamento que começarão a ser comercializados pelo equivalente a cerca de R$1100.

O modelo "Ellude" permite camuflar os surfistas na água, enquanto o "Diverter", com padrões de raias brancas e azuis, pretende simular os sinais naturais que repelem os tubarões, segundo a agência local "AAP".
Um dos pesquisadores do projeto, Shaun Collin, afirmou que a fabricação dos trajes foi baseada em uma série de descobrimentos e observações dos tubarões e visava "reduzir o risco de seus usuários em diversas condições".
"Muitos animais são repelidos por outros que emitem sinais", explicou Collin, que acrescentou que o traje fará com que o tubarão pense que o surfista não é comestível.
Os novos trajes foram provados na água com os temidos tubarões tigre no litoral noroeste da Austrália, mas novos testes serão feitos futuramente com tubarões branco na Austrália e na África do Sul.
(Do G1, em São Paulo)

PESCA É SÓ INDÚSTRIA?

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento passou o bastão para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços


Publicado nesta segunda-feira, o Decreto No - 9.004, de 13 de março de 2017 transferiu o Secretaria de Aquicultura e Pesca e o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Com isso, o MDIC passa a ser responsável pela política nacional pesqueira, fomento da produção, implantação de infraestrutura de apoio à produção, beneficiamento e comercialização do pescado.

Porém, nem todas as atribuições do setor passaram totalmente ao MDIC, segundo o Art.3º do Decreto No - 9.004, de 13 de março de 2017 cabe ainda ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento coordenar junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) os aspectos relacionados ao uso sustentável dos recursos pesqueiros, como normas e medidas de ordenamento do uso sustentável dos recursos pesqueiros. Assim como,cabe aos três minitérios em conjunto ( MAPA, MDIC E MMA), subsidiar, assessorar e participar de negociações e eventos que envolvam o comprometimento de direitos e a interferência em interesses nacionais sobre a pesca e aquicultura.

De acordo com o decreto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Secretaria de Governo da Presidência da República continuarão prestando o apoio necessário ao funcionamento das unidades transferidas até a data de entrada em vigor da nova Estrutura Regimental do Ministério da Indústria, Comércio Exterior. Acesse o Decreto No - 9.004, DE 13 de março de 2017

(via http://www.observasc.net.br)

quarta-feira, 15 de março de 2017

JACK O MARUJO


- Bonito o que o senhor fala sobre o mar, capitão. Esse é um amor de longa data.
- Não é amor, é respeito, disse Jack o Marujo. Aprendemos com o mar pelo pior caminho. Falta chão no enjoo e na tontura, a pele salga no sol, o vento arrebenta as velas, as ondas nos naufragam, há calmaria em excesso, escassez de peixe e nenhuma água para beber.

- Se é tão pesada essa vida, porque insistir nela?

- Somos os escolhidos de Netuno. Temos uma missão e precisamos cumpri-la. Não importa o fardo, é uma questão de honra.
- E qual seria essa missão tão sagrada, capitão?
- Calar-se diante do mistério. Alguém tem que fazer esse serviço. E falar só o que não ofende a majestade do mar. Porque ele representa algo maior, ao qual não temos acesso.
- Achei que marinheiro era tudo igual e só gosta de contar vantagem.
- É verdade. Somos sempre os mesmos. Navegadores brutos, repasto de sereias.


terça-feira, 14 de março de 2017

MONITORANDO O MAR



Uma boia meteo-oceanográfica, a SiMCosta SC-01, está fundeada desde o dia 22 de fevereiro nas proximidades da Ilha do Arvoredo, interior da Reserva Biológica (Rebio) Marinha do Arvoredo, em Florianópolis. A instalação e manutenção da boia instrumentalizada é fruto de uma parceria entre o Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Esta parceria é fundamental para o sucesso do programa de monitoramento de longo prazo na Rebio Marinha do Arvoredo”, salienta o coordenador nacional do SiMCosta e pesquisador do programa de pós-graduação em Oceanografia da UFSC (PPGOceano), Carlos Alberto Eira Garcia.

De acordo com Ricardo Castelli Vieira, chefe da Rebio do Arvoredo, “os dados obtidos pela boia servirão para dar continuidade ao monitoramento de parâmetros oceanográficos realizado pela UFSC ao longo de 2014, 2015 e 2016, no âmbito do Projeto de Monitoramento Ambiental da Rebio Arvoredo e entorno (MAArE)”. Andrea Freire, coordenadora da área de Oceanografia do MAArE, reforça a importância da instalação da boia para o desenvolvimento da pesquisa em oceanografia no estado: “Santa Catarina tem sido um lugar de muitas ocorrências de desastres naturais, todos relacionados à variabilidade oceanográfica e meteorológica. Agora teremos a possibilidade de observar essas variações.”

A pesquisadora salienta que a instalação da boia SiMCosta SC-01 é inédita: “É a primeira vez que o estado tem uma boia tão eficiente. Já existiam boias com essas características em vários lugares, mas não em Santa Catarina.” Outra vantagem, segundo Andrea, é o fato de o equipamento estar instalado dentro de uma reserva biológica. “Nenhuma outra boia está instalada dentro de uma unidade de conservação no Brasil. Os dados coletados serão muito importantes.” A reserva Biológica Marinha do Arvoredo (Rebio do Arvoredo), onde atuou o MAArE, está localizada na região central do litoral catarinense, incluindo quatro ilhas — Arvoredo, Deserta, Galés e Calhau de São Pedro — e o ambiente marinho associado. A reserva engloba águas dos municípios de Florianópolis, Governador Celso Ramos, Porto Belo, Bombinhas e Tijucas, em Santa Catarina. É a única Rebio marinha existente nas regiões Sul e Sudeste do País.

Na boia estão acoplados vários instrumentos e sensores que fornecem dados meteorológicos (vento, pressão atmosférica, temperatura, radiação solar, precipitação, umidade relativa e concentração de CO2) e oceanográficos (temperatura, salinidade, turbidez, concentração de CDOM, concentração de clorofila-a, oxigênio dissolvido e pH). Os dados obtidos pela SiMCosta SC-01 são transmitidos via satélite (meteorológicos) e por telefonia celular (oceanográficos), numa frequência horária, para servidor localizado na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), instituição coordenadora do SiMCosta. Em seguida, os dados são disponibilizados on-line e gratuitamente no Portal SiMCosta.

Sobre o SiMCosta

O SiMCosta é um projeto que visa o monitoramento contínuo de propriedades meteorológicas e oceanográficas para fornecer informações ambientais e, ao longo do tempo, prover dados para estudos de impactos das mudanças climáticas ao longo da costa brasileira. O SiMCosta é coordenado pela Subrede Zonas Costeiras da Rede Clima e INCT para Mudanças Climáticas, com sede na Furg, e financiado pelo Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Mais informações no site do SiMCosta e do ICMBio ou pelos telefones (48) 37213530 | (48) 37218517

segunda-feira, 13 de março de 2017

ILHAS DO SUL

Ilhas do Atlântico Sul – história e importância econômica e geopolítica
São doze as ilhas do Atlântico Sul. Se começarmos a contagem do Norte para o Sul, a partir do Equador, temos Ascensão, Penedos S. Pedro e S. Paulo; Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Santa Helena, Trindade e Martim Vaz; Tristão da Cunha, Ilha Gonçalo Álvares, também chamada Cough Island; Malvinas, Georgia do Sul, Sandwich do Sul e Orcadas do Sul.

O mapa não assinala as ilhas brasileiras. Mas imagine o poder econômico, e geopolítico da Inglaterra, que soube ocupar as ilhas do Atlântico Sul
A maior parte das Ilhas do Atlântico Sul têm em comum a descoberta por navegadores portugueses em seu périplo pelo Atlântico

Ascensão, mais próxima do Equador, tem duas versões. Na primeira teria sido descoberta pelo galego João da Nova, em 1501 quando, a mando de D. Manuel, fazia o trajeto de ida da terceira carreira para a Índia. Na volta, em 1502, o mesmo navegador descobriu Santa Helena, um pouco mais embaixo. Naquela época os portugueses estavam mais interessados no comércio com o Oriente, não se interessaram em ocupar Ascensão. Já Santa Helena, por algum tempo serviu de escala na volta da Índia. No século XVII quando a rota das especiarias deixa de ser exclusividade dos lusos Santa Helena, onde morreu Napoleão, foi disputada por ingleses e holandeses até que, em 1673, os ingleses se apossaram dela de onde nunca mais saíram.

Trindade e Martim Vaz, a 1.200 Km de Vitória, no Espírito Santo, também é obra do mesmo navegador ainda em 1501. A segunda versão para a descoberta de Trindade diz que o descobridor teria sido Tristão da Cunha, em 1508, ao regressar da Índia. Na mesma viagem ele descobriu a ilha que leva seu nome até hoje, bem mais ao sul, considerada o território habitado mais remoto do mundo com apenas 267 cidadãos ingleses. Separada de Tristão da Cunha por 398 Km fica a ilha Gonçalo Álvares, também chamada Cough Island. Quando os ingleses internaram Napoleão em Santa Helena, decidiram por segurança tomar posse de Cough Island para evitar qualquer tentativa de resgate,

Ilha Gonçalo Álvares, ou Cough Island: é considerada pela UNESCO um dos ambientes insulares menos impactados pela ação humana dada a sua localização e dificuldade de acesso. Em seu pequeno espaço abriga uma colônia de aves marinhas considerada a mais importante do planeta. É ainda um dos poucos locais onde espécies exóticas, e os inúmeros problemas que causam, não foram introduzidas (conheça os problemas da introdução de espécies exóticas). Esta ilha teria sido descoberta pelo navegador que a batizou: Gonçalo Álvares. Ao lado dela, parte do mesmo arquipélago, fica Inaccessible Island. O nome já diz tudo…

Penedos São Pedro e São Paulo, mais um conjunto de rochas que uma ilha propriamente, também vieram à luz por obra dos portugas quando a armada de 1511, comandada por Garcia de Noronha, registrou ali seu primeiro naufrágio.

O Atol das Rocas já constava do Planisfério de Cantino, de 1502, primeiro mapa que mostra a conquista do Brasil pelos portugueses. A descoberta é controversa mas, ao que parece, foi obra de Gonçalo Coelho, autor das duas viagens posteriores à descoberta oficial do Brasil, em 1501, e 1502. Numa delas teria havido um naufrágio no local.

Fernando de Noronha, sua descoberta é atribuída ao cristão novo Fernão de Loronha, em 1501, ou 1502; outros historiadores dizem que foi Américo Vespúcio o primeiro a vê-la, na mesma viagem de Gonçalo Coelho, em 1503, quando a nau capitânia naufragou no local. Curioso foi que Loronha arrendou a ilha de Portugal por muitos anos.

Trindade e Martim Vaz, mais uma descoberta do galego João da Nova, provavelmente na mesma terceira carreira da Índia. E esta os portugueses ocuparam até a independência do Brasil embora, por duas vezes, os ingleses a reivindicassem. A primeira em 1700, pelo astrônomo Edmund Halley; a segunda, em 1890, quando os ingleses a ocuparam até 1986. Devolveram-na por mérito dos portugas que nunca abandonaram sua reivindicação.

Tristão da Cunha, descoberta pelo navegador de mesmo nome, em viagem de 1506- 1508. Também considerado um dos locais mais remotos do mundo, com uma população de 267 pessoas de origem inglesa, sete sobrenomes ao todo, que pertencem a apenas 80 famílias.

Existem muitos problemas de saúde entre os habitantes de Tristão da Cunha provocados pelo casamento, e filhos, entre as mesmas famílias.
Ilhas do Atlântico Sul: uma falsa polêmica

Falklands ou Malvinas? Mais uma controvérsia sobre quem foram os descobridores deste arquipélago que fica na plataforma continental da patagônia, a 500 Km da costa argentina. O que se sabe é que o primeiro europeu a nela desembarcar foi o capitão inglês John Strong, em 1690. Mais tarde, em 1764, o capitão francês Louis Antoine de Bougainville fundou ali o assentamento de Port Louis. Posteriormente a França abandonou sua reivindicação para a Espanha que rebatizou a colônia para Puerto Soledad. Em 1765 o capitão inglês John Byron reivindicou-as em nome do rei Jorge III. O arquipélago foi restituído aos ingleses em 1771. Falklands com certeza. Os argentinos nunca o ocuparam apesar do arquipélago ficar em seu quintal.

Orcadas do Sul, arquipélago antártico cuja origem é controversa. Elas fazem parte das descobertas do período heroico da Antártica por foqueiros ingleses. De acordo com o wikipedia ‘As primeiras noticias documentadas de descoberta indicam a chegada de dois caçadores de focas em 1821: o norte- americano Nathaniel Palmer, e o britânico George Powell. Argentina e Inglaterra fizeram reclamações territoriais sobre elas mas, como estão ao Sul do paralelo 60º, são consideradas parte da Antártica cujo tratado internacional congelou reclamações de soberania.

Sandwich do Sul: mais um arquipélago formado por 11 ilhas, desabitadas e cobertas por gelo, que fazem parte do território ultramarino inglês das ilhas Georgia do Sul. Sua descoberta é atribuída a James Cook em 1775 mas, como as outras ilhas sub- antárticas, também entraram para o mapa do mundo no período heroico da descoberta da Antártica quando foqueiros nela desembarcaram por volta de 1818.
Ilhas do Atlântico Sul – descobertas por portugueses, ou foqueiros no período heroico da Antártica, hoje são brasileiras e inglesas

Se temos ilhas oceânicas hoje, especialmente Trindade e Martim Vaz, Penedos S. Pedro e S. Paulo, e ainda Fernando de Noronha, isso se deve ao trabalho do Itamaraty e da Marinha do Brasil que souberam lutar por elas em fóruns internacionais além de mantê-las ocupadas. Mais que a descoberta, o que vale mesmo é a ocupação. O Brasil, ao contrário da Argentina, soube fazê-lo. Por este motivo nossa Amazônia Azul, como dizem os militares, tem hoje quase 13 mil Kms 2.

Note o tanto de zona econômica exclusiva devido à ocupação das ilhas oceânicas brasileiras
Ilhas do Atlântico Sul e a Zona Econômica Exclusiva

De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, os países costeiros têm direito a declarar uma zona econômica exclusiva (ZEE) de espaço marítimo para além das suas águas territoriais, na qual têm prerrogativas na utilização dos recursos vivos como não-vivos, e responsabilidade na sua gestão ambiental. Entre outras, diz o texto sobre as ZEE:…’direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo‘…Ou seja, os recursos minerais (saiba mais).

A Inglaterra, apesar de bem menor que o Brasil, tem uma ZEE com quase a metade do tamanho da brasileira, 6. 805 Kms 2, fora o poder geopolítico afinal, com este poderio, quem manda no Atlântico Sul se não a Grã- Bretanha?
(Do www.marsemfim.com.br )

sexta-feira, 10 de março de 2017

PESCANDO O INFINITO

Foto sem crédito
Janet Echelman é uma artista americana que constrói esculturas vivas, que ‘respiram’ e respondem à força da natureza – água, ar e luz, usando um material pouco provável para uma escultura: redes de pesca.

Sua ideia de utilizar um material tão atípico surgiu quando suas tintas que iria utilizar em algumas obras na Índia não chegaram, e em uma caminhada pela aldeia observou a qualidade e variedade das redes utilizadas pelos pescadores e decidiu usar em sua obra de arte.

Utilizando a técnica antiga de confecção de redes manuais, Echelman mescla este ofício tão antigo à tecnologias de ponta para surgir esculturas integradas no alto de edifícios ou e parques abertos, fazendo com que a escultura não seja apenas um objeto de contemplação, mas também de ser visto por dentro. Veja algumas das instalações que ela já fez.

FIM DO BERBIGÃO?

Resultado de imagem para Catando berbigão
Berbigão de Santa Catarina, é o fim?


Berbigão de Santa Catarina, conhecido e apreciado molusco, parece ter chegado ao fim

A situação do berbigão de Santa Catarina já não era das melhores quando lá estivemos para a gravação da série de documentários sobre as Unidades de Conservação federais marinhas, entre 2014 e 2015. Entre outras, visitamos em Floripa a RESEX de Pirajubaé, na região metropolitana da capital, onde cerca de 100 famílias viviam da extração do molusco também conhecido como vôngole.

Resex Pirajubaé
Resex de Pirajubaé, de onde extraíam o berbigão de Santa Catarina
As cem famílias inscritas na Resex pescam, e extraíam o molusco de uma área de 1.400 hectares, cercada de mangues bastante poluídos em razão da proximidade da capital e, como sempre no Brasil, dos esgotos não tratados jogados na baía. Ao entrevistarmos o presidente da Resex, Frabrício Gonçalves foi claro ao informar que o berbigão de Santa Catarina era o principal produto de subsistência.

De acordo com as informações, cada extrativista tirava cerca de 200 a 250 Kg de berbigão na casca, por dia, o que dava algo em torno de 4 a 5 toneladas diariamente. Fabrício já alertava:

a cada ano que passa a gente está percebendo que o estoque está diminuindo. O grande problema é a falta de fiscalização…muita gente de fora da resex vem aqui participar da extração…

Ele também reclamava da falta de uma cooperativa o que deixava os extrativistas na mão de atravessadores que compravam o produto barato, e o vendiam muito mais caros aos atacadistas.
eles ganham 20 vezes mais que nós, os extrativistas

A extração dos berbigões
Outro problema do berbigão de Santa Catarina: esgoto in natura jogado no mar

Ao lado da Resex fica a Costeira Pirajubaé, uma pirambeira altamente povoada, e sem saneamento básico. Todo esgoto vai direto pro mar, sendo despejado praticamente dentro área da reserva. Na ocasião entrevistamos o professor Eduardo Soriano, do Núcleo dos Estudos do Mar, da UFSC. Além da poluição, Soriano destacou que

estudos recentes mostram que tivemos uma redução de cerca de 50% da área de manguezais na ilha de Santa Catarina. Eles perderam espaço para o crescimento da própria cidade, foram aterrados
Um dos muitos serviços prestados pelos mangues é filtrar a água do mar, melhorando sua qualidade. Uma importante via de Florianópolis, a Expresso Sul que faz ‘divisa’ com a resex, até 20 anos atrás era mar. Foi aterrada para dar mais circulação aos automóveis. Fabrício, o presidente da unidade de conservação, conta que ela foi aterrada com matéria orgânica da própria resex. Desde então, segundo diz, ‘a produção caiu pela metade’.

A Expresso Sul e, ao fundo, a costeira Pirajubaé

O sumiço do berbigão, um molusco manezinho

O título acima é do caderno Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo que, nesta semana, trouxe a informação final: acabou o berbigão de Santa Catarina. Segundo a matéria, a hipótese mais provável é a contaminação das baías Norte e Sul de Florianópolis. Diz o jornal que os extrativistas atribuem a causa a um vazamento de um óleo tóxico da subestação das centrais elétricas do Estado, em 2012. Segundo o jornal o ‘berbigão de Santa Catarina era o prato mais típico da ilha, era comida de pobre e atualmente é iguaria, oferecido nos restaurantes como vôngole’.

O ICMBio e o berbigão de Santa Catarina

De acordo com o Estadão pesquisadores do ICMBio entraram em alerta em 2015 quando foi registrada mortandade de 95% dos moluscos em uma área de 17 hectares na baía Sul. Em abril do ano passado eles foram declarados extintos.

(Do www.marsemfim.com.br)

quinta-feira, 9 de março de 2017

A HISTÓRIA DENTRO D'ÁGUA - 3

Delphin Carlos de Carvalho, Barão da Passagem.

O ancoradouro de Sambaqui

A profundidade, o abrigo dos ventos e a disponibilidade de água e víveres para o abastecimento das embarcações em trânsito, tornaram a orla de Sambaqui/Santo Antônio ponto de referência nos últimos três séculos ou mais. Vamos ver (quase) tudo isso em partes.

Era intensa a movimentação de entrada e saída de navios no porto da cidade. Os de maior calado permaneciam fundeados no ancoradouro de Sambaqui. Os jornais de Desterro/Florianópolis registravam os embarques e desembarques.

1872 – No ancoradouro de Sambaqui desta Província acha-se estacionada a Divisão do 1º Distrito Naval. O comando desta Divisão está presentemente confiado ao valente, distinto e inteligente Barão da Passagem, que sucedeu ao não menos digno chefe de esquadra Francisco Cordeiro Torres Alvim.

Esteve também no ancoradouro desta Capital às ordens desta Presidência, a canhoneira de guerra Henrique Dias, que relevantes serviços prestou, durante a minha administração, a diversos navios, que se acharão em perigo fora das barras desta cidade, e em outras ocorrências que se deram.

O seu comandante, o 1.° tenente Elieser Coutinho Tavares, tornou-se digno de justo apreço pela prontidão, zelo e esmero com que cumpriu as ordens que lhe eram expedidas.

Canhoneira Araguary na Batalha do Riachuelo (Guerra do Paraguai).

O bom estado e asseio que se notava a bordo desse vazo de guerra, indicando a justa disciplina, que aí se observava, diz tudo à bem desse oficial.

O Governo Imperial acaba de ordenar a retirada dessa canhoneira, visto que serviços iguais aos que ela poderia continuar a prestar, podem bem ser satisfeitos pela canhoneira Araguari. (Fonte: Relatório do presidente da província, Joaquim Bandeira de Gouvêa, janeiro de 1872)



Vital de Oliveira.

“Entraram à barra e fundearam no ancoradouro do Sambaqui os seguintes navios: corvetas Vital d’Oliveira e Magé e canhoneira Araguary”. Comandante: Barão de Ivinheima. “Consta que vieram do Rio de Janeiro, tocando em Santos, em viagem de exercícios, e voltaram ontem para a mesma província”. (O Despertador, 2 de julho de 1872).

Domingo (10.11.1878), 14 horas, fundeou em Sambaqui o Lima Barros, “vaso de nossa marinha de guerra”, sob o comando do capitão de fragata Maurity. “O Lima Barros vem fazer parte da estação naval existente nesta província, comandada pelo Sr. barão de Ivinheima”. (O Despertador, 12.11.1878)

Lima Barros (1865). Domínio público.

O encouraçado Lima Barros, sob o comando do capitão de fragata Maurity, “deve seguir por estes dias para o Rio de Janeiro, tendo vindo substituí-lo neste porto a fragata a vapor Amazonas”. (O Despertador, Capa, 14.3.1879)
(Publicado originalmente no www.http://daquinarede.com.br/)

O MASCULINO E O FEMININO

O masculino e o feminino.
Do © Arno Minkkinen

PESCA ILEGAL

Foto: Ibama / Divulgação

Ibama apreende peixes ameaçados de extinção em barco de pesca de Itajaí
Dono da embarcação foi multado em R$ 185 mil

Dagmara Spautz

O Ibama encontrou nesta segunda-feira peixes ameaçados de extinção em uma embarcação industrial especializada em espinhel de fundo, em Itajaí. Foram recolhidos 31 chernes-poveiros (foto), 5 chernes-verdadeiros e um tubarão-martelo, todos listados na Portaria 445, que proíbe a captura de peixes em situação de risco. O dono do barco foi multado em R$ 185 mil.

Esta é a quinta apreensão de pescado irregular feita pelo Ibama Itajaí desde o início do ano. Na última operação, semana passada, foram recolhidas 22 toneladas de peixes.

A embarcação havia capturado os peixes em profundidade superior a 250 metros, em área não autorizada. Boa parte da carga era de abróteas, espécie de peixe comercial.

(Do http://osoldiario.clicrbs.com.br/)

quarta-feira, 8 de março de 2017

A HISTÓRIA DENTRO D!ÁGUA - 2

Frutos de sambaquis. Imagens: Museu do Homem do Sambaqui (Colégio Catarinense).

 Sambaquianos e Guaranis

Sobre os sambaquis – “Ao longo da estreita e recortada faixa costeira do litoral centro-meridional brasileiro, nos ambientes estuarinos, ricos em peixes, moluscos e crustáceos, viveram populações pescadoras e coletoras entre 8 mil anos atrás e o início da era cristã. Seus vestígios podem ser vistos em grandes montes feitos de areia, terra e conchas – os chamados sambaquis – onde são encontrados restos alimentares, ferramentas, armas, adornos e os sepultamentos dos que ali viveram. Esses montes, com alturas variáveis, têm alta visibilidade e se destacam na paisagem litorânea.
Sambaqui de Cabeçuda (Laguna-SC). Restam vestígios.

Embora existam desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, é no estado de Santa Catarina que os sambaquis são mais numerosos. Ali, há sambaquis que alcançam até 35 metros de altura, o que demonstra que deviam ocorrer condições extremamente favoráveis ao modo de vida dos seus construtores. Embora sua cultura material de uso cotidiano seja bastante simples, no litoral meridional esses grupos produziram objetos cerimoniais em pedra e osso muito elaborados, com refinamento estético e sofisticação artística: os chamados zoólitos“. Fonte: Museu Nacional/UFRJ. http://www.museunacional.ufrj.br/exposicoes/arqueologia/exposicao/sambaquis

Detalhe do sambaqui da Ponta segundo a arqueóloga Fabiana Comerlato e a geógrafa Fernanda Comerlato.

Existem dois sambaquis em Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa catalogados pelo Iphan: o da Ponta do Sambaqui, praticamente extinto devido à exploração para o fabrico de cal, e em Santo Antônio de Lisboa. O que existiu na Ponta do Luz, próximo à foz do rio Ratones, foi usado na construção da fortaleza de Santo Antônio e outros fins.


Os Guarani – Segundo o historiador Sérgio Luiz Ferreira, a região era habitada pelos índios Guarani (chamados Carió e/ou Carijó). Nas primeiras décadas de 1500 foram alvos dos bandeirantes paulistas em busca de escravos (por volta de 1550 já não existiam aldeias na Ilha). Outros pereceram de doenças. “E muitos outros se embrenharam pelo continente”, salienta Ferreira, indo para a atual Paraguai, Uruguai e Argentina”, diáspora que “durou até meados do século 20″.
Ossada no sambaqui da Cabeçuda. Foto/Arquivo: Celso Martins.

A partir dos anos de 1970, salienta a mesma fonte, “eles começaram a retornar ao litoral catarinense, se estabelecendo no Morro dos Cavalos, em Palhoça, em São Miguel (Biguaçu) e outras partes do litoral catarinense”. De acordo com a “perspectiva da mitologia Guarani eles retornaram para velar pela Terra Sem Mal, que fica no Oeste do continente americano e que muitos identificam como sendo a Ilha de Santa Catarina”.

A herança material Guarani está presente no cultivo da mandioca e elaboração da farinha e outros derivados, a “técnica para escavar canoas em troncos de árvore (sobretudo garapuvu), a homeopatia, chás de folhas e ervas, o imaginário e os topônimos, como os nomes de alguns lugares: Sambaqui, Jurerê, Cacupé, Caputera”, na entrada de Cacupé, “e tantos outros”. (FERREIRA, 2008, p.16-17)

(Publicado originalmente no www.http://daquinarede.com.br/)